Monday, June 19, 2006


A Nação Zumbi se apresentou em Londrina e foi injustiçada. Seu show é considerado um dos melhores do Brasil e precisa ser abrigado em uma casa com acústica adequada. Um salão de festa cheio de vidro não é lugar. E o público que foi ver os pernambucanos foi pequeno. Vibrante, mas pequeno.
Mas a banda retribuiu quem foi. Fez um set longo, com um bizz cheio de energia e apresentou muito bem algumas das melhores canções do novo disco Futura (2005). O peso das percussões junto com o contrabaixo é uma coisa absurda e um dos pontos mais altos da musicalidade do grupo.
E a banda não apostou no óbvio. Tocou várias canções conhecidas do grande público, mas com mudanças nos arranjos, andamento e estilo sonoro.
A impressão, muitas vezes, era a de que acompanhávamos um ensaio. Mas que fique bem claro que foi um ensaio no melhor sentido palavra, com os músicos livres para invenções sonoras e testando novas estruturas. Tocando por prazer.
A Nação também apostou nas reinvenções de grandes sucessos, sobretudo nas músicas da época de Chico Science. Essas mudanças podem ser a necessidade de um distanciamento do mito Science, para que o grupo fortaleça a sua identidade.
Tem também o fato de que os caras são músicos bons pra caramba e devem cansar de tocar a mesma canção, sempre do mesmo jeito.
Mas nessas variações de som, o que mais foi sentido é uma carga forte do Dub, umas das vertentes mais psicodélicas do reggae.
E aí o alarme acionou.
A Nação Zumbi é marcada por uma pluralidade musical, que em certos momentos aparece como um toque ou uma nuance em suas canções, mas que, normalmente, servem para dar a unidade sonora que lhes é tão peculiar.
Ou seja, a banda não precisa se calcar por um estilo só, já que possui um vasto universo musical para desbravar.

Os- O fato do grupo tocar em um lugar terrível não é culpa dos produtores do show. É um sintoma da falta de espaços adequados, que Londrina tanto sente.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Excellent, love it! » »

2:33:00 AM  

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