Monday, March 20, 2006

Welcome to Holy Wood

Era uma vez um mundo cheio de doendes, fadas, trolls, bruxos, ninfas, alquimistas, gnomos e estudantes de bruxarias que moravam em um planeta em forma de pizza, que deve sua rotação a elefantes e que por sua vez estão apoiados sobre monstruosas tartarugas. E tudo ia bem no mundo deles com cada um fazendo o que mais gostava. Até que um dia, os alquimistas ficaram cansados de tantas experiências infrutíferas (dizem que a única coisa que conseguiam era transformar uma porção de ouro em menos ouro) e decidiram fazer coisas mais práticas. Então inventaram uma máquina que captava imagens em movimento. E daí decidiram que essa máquina precisava de uma indústria enorme por trás, com revistas de fofocas registrando cada passo dela e que fizesse todo o mundo achatado deles sonhar com coisas que nunca tinham visto na vida.
Esse mote do livro Holy Wood (assim separado mesmo e um "l" mesmo), do escritor inglês Terry Pratchett , que conta uma história maluca sobre a criação da indústria cinematográfica, através de personagens que parecem saídos de livros como Senhor dos Anéis e até mesmo o bruxinho Harry Potter. Tudo adaptado ao mundo em forma de pizza, eles descobrem as imagens e depois a grana que podem fazer com isso. A partir daí a história tem muito mais a ver com a realidade do que com a fantasia e se desenvolve descrevendo como os criadores da indústria tiveram a grande idéia de fazer a propaganda, os sex simbols, os executivos e o Oscar. Sempre com uma sensação de deja - vu, como se eles já tivessem feito isso.
Pratchett é um escritor inglês cheio de ironia e que, segundo a orelha do livro, é atualmente um dos mais conceituados escritores da terra da duquesa da Cornualha, a patroa do Príncipe Charles. Confesso que nunca tinha ouvido falar do tal e que acho difícil ele ser realmente tão fodão assim na terra de Shakespeare. Mas não que isso impeça de que seu livro seja uma história divertida, que vem me cativando página a página (ainda não terminei então nem sei se toda a história vai seguir esse rumo - um pensamento agora: que picaretagem escrever sobre algo que a gente nem sabe o fim! Por isso odeio os filósofos!).
O livro lembra muito o estilo de outro escritor inglês, Douglas Adams, que escreveu a série iniciada pelo Guia do Mochileiro das Galáxias, uma metáfora anárquica e hilária do modo de vida de nós humanos, só que passado no espaço sideral. Pratchett escolheu esse universo de monstrinhos, fantasia e criaturas mágicas para também descrever o nosso comportamento. E para isso eles criou o mundo de Disc World e escreveu muitos livros, paraece que mais de dez. Um deles é esse Holly Wood...simples e divertido. Ah. E dizem que um dos livros desse universo "Wee Free Men" vai virar filme na mão do Sam Raimi (Homem Aranha e A morte do Demônio).