Wednesday, December 12, 2007

Luta suja

Quando começou o primeiro round, eu ja sabia que não ia ser nada fácil.
Mas, pô, nunca acreditei que se lutasse tão sujo
Nunca é um golpe direto
Sempre dissimulado
Pelas costas. Certeiro no rim. Parece que cravou as mândibulas
Te deixa sem ar, com a cara na lona
Só sentindo a dor
E sabendo que existe dor pior.


Luiza tem nome de música
Não nasceu para brigar

Vai pegar alguém do seu tamanho, seus bosta.

Tuesday, December 11, 2007

Londrina.

Eu nunca soube se gosto dessa cidade.
Nasci aqui, pô. Num tem como dizer que você ama algo que não escolheu.
E nem tem essa de que a cidade te escolheu.
A gente vai ficando. Vai se moldando.
Lembro de um dia e eu meu primo matando aula para andar pelo centro. A gente entrava no pinball ali do lado da livraria arles, mas o tio não deixava a gente ficar muito tempo.
Era para os moleques de 14 anos.
Então a gente fica vagabundeando pelas ruas. Ia para as lojas de discos. Ficava olhando as capas dos discos até o dia que conseguia juntar uma graninha.
Primeiro disco do Metallica. Um vinilzão.
Lá no Jardim Elétrico ouvi Lou Reed pela primeira vez. Nunca esqueci do nome. Songs for Drella. Estranho, curioso.
Andava pelo campus escuro da universidade para ir até a rádio. Às 10 horas da noite era um lugar assustador para um pivete bem criado de 15 anos .
Aqui tinha dois circuitos.
Potiguá era só um boteco de bebuns. Vodka barata.
Aerobu teve um show que entendi o rock pela primeira vez. Subi no palco e pulei no meio dos meus amigos. Os seguranças não gostaram. Quiserem me tirar e daí apareceu gente de todo o lado. Não deixaram. Teve briga. A banda parou e eu fiquei.
Lá embaixo, em território limítrofe entre o errado e o muito errado estava o Gran Maosoléu. Garotos vestidos de punks se espalhavam pelo chão. Shows e os caras gritavam "playboy tem que morrer". Fiquei com medo. O Fabrício falou que era melhor a gente sair. Ficamos. Não aconteceu nada.
O outro caminho aprendi mais tarde. Ficávamos até altas horas montando o nosso Crimidéia.
Caía no Beco, onde tinha uma menina que o namorado tocava lá. Ouvíamos o som e depois começava uma peregrinação. Muitos lugares que terminavam sempre no Valentino. A casa fervilhando. Todo mundo tava lá. Confusões divertidas.
Na volta, a Aletéia era a última companheira. Eu ainda tinha que atravessar o lago Igapó e subir com as pernas já arqueando.
Ela me dizia para eu seguir a lua, que chegava lá.
Sempre cheguei.