No dia do rock eu vou ouvir jazz
Quem me conhece sabe que o meu negócio é rock. Fui alimentado por fartas doses durante todos esses anos e ouvi quase de tudo. Dos hippies, passando pelo rock de garagem dos anos 60 e 70, o hard rock, hardcore, o metal, o independente, o punk, o new wave, o mod, o rock brasileiro, os virtuosos, os progressivos, os sons toscos e tudo mais. Alguns estilos descartei de cara e outros adorei, mas depois reneguei. Outros ficaram no coração.
Mas o que mais me identifiquei foi com o caráter marginal do rock. Notei que ele renascia cheio de fúria, criatividade e sensibilidade quando estava fora do mercadão. Foi assim desde o começo com os negros Little Richard e Chuck Berry. O rock só virou bailinho na voz e imagem do branco Elvis Presley. Isso vêm se repetindo com o passar dos anos e a cada década o seu som busca a simplicidade para ser novamente selvagem.
Então rock é por definição aquele som que não se pode ouvir baixinho, que não obriga o ouvinte à erudição e que fala aos sentimentos, muitas vezes, mais do que aos tímpanos. O melhor rock do mundo vêm dos três acordes dos Ramones ou da riqueza melódica dos Beatles. É o único gênero que mesmo tocado mal, pode ser bom.
E isso tudo é só para dizer que eu acho uma grande besteira esse negócio de Dia do Rock. Fazer homenagens é coisa para a rainha da Inglaterra. Até porque a data nasceu desses momentos de megalomania e babaquice dos rock star, durante o festival Live Aid, que reuniu desde o Elton John até o U2 (claro!) para ajudar as criancinhas africanas. Os artistas deixaram suas mansões e foram lá fazer um show de graça apenas pelos pobres e pela melhoria de suas imagens filantrópicas.
Mas isso não é uma atitude que tenha a ver com o rock ou com a música em geral. Shows beneficentes são apenas marcos para os caras que organizam e (tomara) para aqueles que recebem os recursos arrecadados.
O rock não precisa disso. O que ele precisa é ficar quietinho no seu canto até que exploda novamente em boa e divertida música. Por isso que hoje eu vou chegar em casa de noite e esperar meu amigo Rafael Goés trazer mais uma penca de belos discos de Jazz. Quero passar o dia do rock ouvindo Coltrane.
Mas o que mais me identifiquei foi com o caráter marginal do rock. Notei que ele renascia cheio de fúria, criatividade e sensibilidade quando estava fora do mercadão. Foi assim desde o começo com os negros Little Richard e Chuck Berry. O rock só virou bailinho na voz e imagem do branco Elvis Presley. Isso vêm se repetindo com o passar dos anos e a cada década o seu som busca a simplicidade para ser novamente selvagem.
Então rock é por definição aquele som que não se pode ouvir baixinho, que não obriga o ouvinte à erudição e que fala aos sentimentos, muitas vezes, mais do que aos tímpanos. O melhor rock do mundo vêm dos três acordes dos Ramones ou da riqueza melódica dos Beatles. É o único gênero que mesmo tocado mal, pode ser bom.
E isso tudo é só para dizer que eu acho uma grande besteira esse negócio de Dia do Rock. Fazer homenagens é coisa para a rainha da Inglaterra. Até porque a data nasceu desses momentos de megalomania e babaquice dos rock star, durante o festival Live Aid, que reuniu desde o Elton John até o U2 (claro!) para ajudar as criancinhas africanas. Os artistas deixaram suas mansões e foram lá fazer um show de graça apenas pelos pobres e pela melhoria de suas imagens filantrópicas.
Mas isso não é uma atitude que tenha a ver com o rock ou com a música em geral. Shows beneficentes são apenas marcos para os caras que organizam e (tomara) para aqueles que recebem os recursos arrecadados.
O rock não precisa disso. O que ele precisa é ficar quietinho no seu canto até que exploda novamente em boa e divertida música. Por isso que hoje eu vou chegar em casa de noite e esperar meu amigo Rafael Goés trazer mais uma penca de belos discos de Jazz. Quero passar o dia do rock ouvindo Coltrane.